Foi com esse objectivo que tentámos entrevistar o Conde do Porto, o exímio coleccionador de cargos e títulos, Vitor Pio de Monforte e Monte Cristo. Nem tudo correu como queríamos, mas aqui fica a entrevista possível, conseguida com grande coragem e o risco da fertilidade do nosso entrevistador..
Entrevistador - Temos a honra de ter connosco Dom Vitor Pio de Monforte e Monte Cristo, actual Conde do Porto.
Sccm - Muito obrigada pelo convite, estou muito feliz de poder vir aqui dizer toda a verdade como só eu a sei dizer.
E - Mas, cara Marquesa, o convite foi feito ao Conde Vitor.
S - Eu sei, só quero que saiba que eu estou aqui. Ouviu? Eu estou aqui, a ouvir tudo. Pronto, agora que já sabe faça lá a sua entrevistinha. Mas eu estou aqui, percebeu? Mesmo aqui ao lado.
E (aparvalhado) - Isto é inédito, mas tudo bem, comecemos a entrevista. Conde Vitor...
V - Gostaria de começar por afirmar, não sem demérito para a introdução que Vossa Excelência tenha o obséquio de nos proporcionar, que é em todo o conjunto da verdade uma honra podermos conferir uma interlocução a esta prestigiada instituição do meio jornalístico do Reino de Portugal.
E - Ora Dom Vitor, obri...
V - AINDA NÃO TERMINEI... do Reino de Portugal e dos Algarves de aquém e além mar, esta majestosa pátria por vezes, porventura por ignorância ou perniciosidade tão mal tratada, mas ainda assim portadora da quintessência da maravilha de Jah todo o poderoso que nos guia com lampejos da sua imensa sabedoria e diria mesmo bondade universal, providenciando-nos um reino no qual deveremos, no mínimo, e sem vergonha de qualquer ordem, ter orgulho de ter vindo ao mundo...
E (esperando) - ...
V - Agora sim já terminei.
E - Ah desculpe, nem reparava. Iniciemos então. Que tem a dizer do facto de parte do Condado do Porto contestar a actuação da sua juiza.
V - Caro entrevistador, tenho a dizer que a contestação, como forma filosófica de confrontar um problema, o qual por si só levanta conceitos de natureza diversa, quantas vezes escapando ao mais perspicaz analista, que ainda assim, em virtude da sua preserverança, tente dedicar-lhe o esforço de compreensão, e, porque não dizê-lo, de dissecação de índole científica...
Sccm - Cala-te Vitor que a essa respondo eu. O que é que você quer dizer com contestar? Quem contesta o quê? Quem quiser contestar alguma coisa faça-o no lugar de direito.
E - E que lugar é esse?
S - O MEU tribunal! Uma casa da liberdade, onde todos são julgados sem distinção, pois são todos igualmente culpados. E depois veremos se ficam com vontade de contestar mais alguma coisa.
E - Mas isso não é uma política do medo? Um abuso da força do mais forte.
V - Vejamos o que é o medo. Como expressão emocional do mais profundo que a alma humana é capaz de produzir...
S - Cala-te Vitor! O abuso da força do mais forte? Diga-me uma coisa senhor jornalista. Aqui entre nós dois, quem é o mais forte? O senhor ou eu?
E (perplexo) - Mais forte? Como assim? Fisicamente?
S - Sim, o mais forte fisicamente. Quem é?
E (com um sorriso) - Bom cara Marquesa, não desfazendo, eu até sou alto e musculado, que levanto sacos de milho todos os dias na quinta do meu avô. Estou em boa forma, por isso devo ser eu.
(Sccm dá uma sonora estalada no Entrevistador)
E - Ai, o que foi isso?...
(Sccm dá uma segunda e ainda mais sonora estalada no Entrevistador)
E (gritando) - Aiiiii! Marquesa isso é um abuso!
S - Mas se você é que é o mais forte, isto não pode ser um abuso do mais forte, pois não?
E (em desespero e agarrado à cara) - Não, não! Não é abuso do mais forte, pode parar, percebi perfeitamente.
S - Então acha que o que fiz àquele matulão do prefeito do Porto é abuso do mais forte? (pergunta levantando a mão)
E - Não senhora marquesa, de maneira nenhuma!
S - Veja só o nome "Marcacao", ainda se fosse Marcaquinho.
E - Pois, tem razão.
S - Muito bem, continue lá a entrevista!
E (voltando-se para Vitor) - Caro Conde, ainda mais uma pergunta sobre este tema. Mesmo sem abuso, não é eticamente questionável que uma juiza julgue em causa própria?
V - Ora pergunta muito bem. A ética, esse conceito tão fugidio, mas de suma importância, sem desprimor para todos os outros nos quais se movimenta a alma humana, onde a moralidade é tratada como uma filosofia independente, mas tão essencial à compreensão de tudo aquilo que representamos como mais que um simples conjunto orgânico de carne e osso, e...
S - Cala-te Vitor! Causa própria? Oh homem levante-se lá da cadeira!
E (levantando-se) - Sim?
(Sccm dá um violento pontapé entre as pernas do entrevistador deixando-o a contorcer-se pelo chão agarrado ao seu aparelho reprodutor)
S - Então diga-me lá, homem, dói-lhe muito ou pouco?
E (gemendo) - Muuuuuitooooooo!
S - E quem é que sabe se dói muito, eu ou você?
E (ainda em dores) - Euuuuuuuuu!
E - Então se você tem o direito de julgar a sua dor, eu não posso julgar quando sou atacada?
E (já a começar a respirar) - Visto por esse lado...
S - Assim se provou que assumi o mais básico dos meus direitos, sendo eu até a parte mais fraca. E vê como gosto sempre de explicar tudo como deve ser?
E - Digamos que essas explicações são inesquecíveis.
S - Têm de ser, só assim meto as ideias na cabeça de conselheiros e condes. Depois de muitas, muitas explicações destas, deixam de ser cabeças duras.
E (já recuperado) - ... E passam a ter muita coisa mole. Passando agora aos factores económicos, como explica Vossa Excelência que a dívida do Porto tenha voltado a aumentar.
V - O que é dever? O que é um aumento? Temos de considerar... - (leva uma sapatada de Sccm) - A dívida? Deve-se às invasões que impedem o povo de trabalhar nas minas.
E (surpreendido, sussurra a Sccm) - Isso da sapatada resulta. Também posso tentar?
S - Oh homem, força! Um de cada lado para ele andar direito, que falta-me aqui a Biat. É que com tanto cargo, coitado, se não o endireitarmos perde-se.
E (para Vitor) - Mas Conde, de que invasões fala?
V - Desses perigosos agitadores Brunobrasil, Kalled, Matilde_vaz_pereira e outros que ao exigirem liberdade e justiça põem em causa tudo o que mais prezamos no Porto. E por prezar eu entendo um sentimento inerente ao ser humano que... - (leva uma sapatada do entrevistador) - obrigado.
E - De nada.
S - Percebeu, ou tenho de ser eu a explicar?
E (em pânico e de mãos ente as pernas) - Não precisa explicar senhora Marquesa, percebi tudo!
S - Sendo assim vou sair, que ainda tenho umas explicações a dar ao Nortadas sobre como quero o futuro Condado da Beira...
E (murmura entre dentes) - Espero que ele vá de armadura a essas explicações, ou morre sem descendência.
S - ... sempre quis ser primeira pessoa a meter um rei nos calabouços. Finalmente será possível. Porque não me lembrei disso com a outra?...
E - Por quem sois Marquesa, esteja à vontade de sair.
S - Depois mande-me o conde a casa se faz favor. Olhe que fica à sua responsabilidade, ouviu? Faz-nos muita falta. Não o deixe ir ao ERP, Parlamento ou Chancelaria, senão começa a mexer em papéis e chega a casa tarde e com as mãos sujas, com o jantar já frio. Depois lá vou ter que ir ajudar a Biat a pô-lo no lugar. Se ele der trabalho dê-lhe um biscoito. Queres um biscoito Vitor?
V - Eu...
S - Cala-te Vitor! (Sccm sai pela janela voando numa vassoura)
E (respirando de alívio e vendo Vitor fazer o mesmo) - Pois caro Conde, parece uma paz quando a Bruxa Má do Norte... perdão, a Marquesa, não está numa reunião.
V - A quem o diz. Lá no Conselho, dia sem a Marquesa é dia em que nos juntamos a cantar alegremente as canções do Feiticeiro de Oz. Eu faço uma boa imitação do leão sem coragem. Temos espantalhos sem cérebro, robots sem coração, é muito divertido.
E - Voltando às invasões, aquelas de que se fala como podendo surgir de Castela. Que medidas têm sido tomadas para as evitar?
V (olhando em volta para confirmar que a Marquesa saiu mesmo) - Muito simples. Mandei colocar cartazes à saída de diversas povoações castelhanas: "Condado com Sccm a 5 dias"... "Condado com Sccm a 4 dias", etc. Muitos grupos de malfeitores ainda se aventuram durante algum tempo, mas a pressão psicológica dos cartazes é tal que acabam sempre por desistir.
Como sempre... 5 estrelas!!! Não sei onde este entrevistador vai ficcionar estas coisas... qualquer semelhança com a realidade é tão provavel que até parece verdade!!!
ResponderEliminarVítor não escreve assim...
ResponderEliminarOnde está a outra amiga do Vitor? A Biat...?
ResponderEliminarE já agora o corrupto do Reks?!?!
Adorei a entrevista por ser, no mínimo, curiosa. No entanto Vitor não é assim submisso, nem parvo. É, pelo contrário, um homem muito honesto e de muita coragem.
ResponderEliminarMesmo assim gostei de ver os ataques de Sccm, embora eu não a veja como a senhora louca que foi pintada. A entrevista ficticia foi engraçada. E isso basta, porque o suposto é mesmo ter graça.
:D
ps: desafio o ficticio a uma entrevista com D. Marcacao com interferências de D. Bruno. Direitos iguais, hã?
ResponderEliminarMarcacao passa a correr por Amber e diz: --Concordo prefeitamente. Eu por exemplo, percebi que estava errado e agora entendo tudo muito melhor, o que me incomoda agora é estar com a voz mais fininha que interfere nos meus niveis de auto-confiança.
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ResponderEliminarAmei, está lindo xD Morri de tanto rir xD
ResponderEliminarJá tinha saudades destas entrevistas
Continuação de bom trabalho ;)
Ass.: MissMoon
Fantástico!
ResponderEliminarVitor é exatamente assim, mas menos inteligente. Sccm também é bem parecida, mas menos educada. Sugestão de entrevista: Amber, a aprendiz de Sccm. Parabéns pelo trabalho.
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