O Entrevistas Fictícias lamenta a morte de Dom Nortadas de Albuquerque e endereça as suas mais sinceras condolências à sua família (procurámos amigos que não fossem da família, mas não encontrámos).
Dom Nortadas, ficará para a história como o maior inspirador deste jornal, e o criador dos dois mais importantes marcos da retórica do reino. Referimo-nos a "acho muito engraçado..." e "já estão a transformar isto num circo".
Sempre que alguém repetir estas frases saberemos que o espírito de Dom Nortadas está entre nós.




domingo, 13 de maio de 2012

Entrevistador Fictício

Depois de muito nos terem perguntado, e principalmente porque as ofertas já ascendiam a 2000 cruzados, a direcção do Entrevistas Fictícias decidiu finalmente divulgar a identidade do Entrevistador Fictício, responsável e culpado por todas as entrevistas até aqui publicadas.

Trata-se do senhor Leonardo Reis (espero que percebam inglês), morador na aldeia da Buraca, Condado de Lisboa, mais concretamente na Rua dos Alcoviteiros, número 6, que é aquela casa mais amarela que fica por trás da oficina do senhor Joaquim, capador de porcos.


Assinado:
O Director do Entrevistas Fictícias (cuja identidade só se revela por 10,000 cruzados)


PS: Ao contrário de boatos recentemente espalhados, o Entrevistas Fictícias não tem quaisquer ligações à família Albuquerque, e mesmo que tivesse não dizia. O facto de Dama Gwenwhyfar ser a nossa médica, de Monsenhor Monsterguid ser o nosso pároco, de Dom Harkonen ser o nosso advogado, Dom Nortadas o nosso santo padroeiro, e de estarmos a tentar adoptar Mr.ricky (mas quem não tenta isso?), é pura coincidência.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Até que a morte nos separe...

Sempre atento às necessidades do reino (assim estilo sanitário psicológico), o Entrevistas Fictícias traz finalmente a mais desejada das entrevistas. Antes que a morte o leve e os festejos comecem, leiam aqui as mais importantes declarações de sempre de Dom Nortadas I (ou II... ou III), Rei de Portugal.


Entrevistador - É uma honra termos connosco Sua Majestade Dom Nortadas Eduardo de Albuquerque, rei de Portugal, que acedeu conceder-nos uma entrevista...

Nortadas - Olhe senhor entrevistador, antes de mais mostre-me onde está o Regimento desde Jornal!

E - Regimento?

N - Não me diga que este jornal não tem regras aprovadas! É inconstitucional, ouviu? Inconstitucional! Quer ver que tenho que emitir um édito a criar um Entrevistas Fictícias de iniciativa régia, e nomear o Monsterguid como director?

E - Por quem sois, Vossa Majestade? O nosso jornal sempre vos tratou bem, fomos até os primeiros chamar-vos rei, ainda nem as eleições haviam sido previstas.

N [tirando a coroa] - Não ouço nada, eu sem coroa não ouço nada e pronto. Fale homem, fale o que quiser, e eu faço de conta que você é o Abraz. la, la, la, la, la...

E - Mas Vossa Majestade, assim como fazemos esta entrevista que o vai imortalizar?

N [colocando de novo a coroa na cabeça] - Pronto, assim já ouço de novo. Qual era a pergunta? Querias-me beijar a mão, não é?

E - Mmmm, não era bem isso...

N - Ah não queres beijar-me a mão? És como o Marquês que não se curva? Tenho que te revogar é?

E - Mas Majestade eu nem sequer sou nobre...

N [gritando para trás de si] - Ambróooooosio, anota aí: Criar o beija-mão dos plebeus. Ou melhor o beija-pé que sabe-se lá onde é que os plebeus andam com a boca.

E - Majestade, agora que o seu reinado está a chegar ao fim...

N [enfurecido] - A chegar ao quê? Olha que te atiço o cão. Vai-te a ele, vai!

[um pincher minúsculo com uma batina vestida, que dormia por terra, rosna ameaçadoramente]

E - Ora Vossa Majestade, segure lá o cão, não foi por mal.

N [para o cão] - Pronto Syl, deixa o senhor em paz. [e para o jornalista] Coitado, encontrei-o à porta do ERP, tinham-no tratado mal, mandei logo fazer uma auditoria aquilo.

E - E sobre o fim do seu reinado?

N - Não acredite em nada do que se diz, a menos que tenha o meu selo régio. Até eu desconfio das minhas próprias palavras, até ver o selo régio no fim. Só quando vejo o selo é que descanso.

E - É que se diz que a morte anda aí.

N - Anda? Só se vier nalgum grupo de castelhanos, desses que invadem o reino dia sim dia não. De resto não a deixaremos entrar.

E - Então simplificando, pergunto-lhe qual o momento mais importante do seu reinado até ao momento.

N - Shhhh homem! Não falemos dessas coisas em público, não sabe que os castelhanos andam aí?

E [olha em volta a ver se vê alguém estranho]

N [baixinho] - Nuestros hermanos preparam uma invasão secreta!

E - Mas para quando? Não é melhor avisar o reino?

N - Se avisássemos deixava de ser secreta. Qual era a piada depois? Para que raio seria eu rei se depois todos sabem das crises. Só o rei as deve saber, nem que tenha que as inventar.

E - vejo o seu ponto, mas...

N - Mas nada. Olhe que tiro a coroa e você fica a falar sozinho!

E - Por quem sois Vossa Majestade? Falemos então sobre a dívida pública dos Condados, tem alguma coisa a dizer?

N - Tenho, mas não digo. Os castelhanos podiam ouvir. Mas vou criar um Conselho para pensar nisso.

E - Isso dos castelhanos já parece uma desculpa esfarrapada para tudo.

N [tirando a coroa] - Não ouço nada!

E - Pronto Vossa Majestade, ponha lá a coroa, que eu mudo de assunto. Diz-se que Vossa Majestade cria muitos Conselhos que ninguém sabe para que servem.

N - Servem para apaziguar os críticos. Quem me critica, pimba, passa a Conselheiro Real. Nunca mais se queixam.

E - E há espaço para tanta gente?

N - Porque pensa que mandei fazer um Palácio Real novo? 272 das salas são para Conselhos. Ainda só tenho 121 ocupadas, há espaço sim. Ainda sobram mais de 100 para os beija-mão privados.

E - E vossa Majestade consegue ouvir o que todos os Conselheiros dizem?

N - Só ouço quando tenho a coroa na cabeça. Mas raramente a levo para os Conselhos. Falando nisso, deixe-me tomar uma nota sobre um novo Conselho. Oh Ambrósioooooo! Amobróooosioooo! Anda cá filho!

[um senhor baixinho emperucado, segurando muitos selos e resmas de papel aproximou-se solícito.]

N - Escreve aí Ambrósio: Criar o Conselho de Estudo de Convites para o Palácio Real... sim que ando a convidar gente a mais.

E - Mas o Secretário Real não era o Conde Vitor Pio?

N - Oh homem, você pensa que me lembro de toda a gente que nomeio? E eu lá os nomeio para que trabalhem? Acha que confio nalguém? Quero é que fiquem calados. Além disso o Ambrósio já está comigo há anos e faz tudo o que eu mando. É assim como o Syl.

[o pincher rosnou ao entrevistador ao ouvir o seu nome]

N - Cala-te Syl que dou-te uma medalhinha nova.

E - Realmente eu gostaria que Vossa Majestade explicasse os Conselhos forma mais clara, assim como se eu fosse uma criança de 6 anos...

N - Criança? Onde, onde? Eu adopto... crianças, crianças, e de 6 anos? Gosto, gosto! Onde? Onde?

E - Vossa Majestade, vou ignorar esse comentário. Falemos então do novo Conselho da Nobreza. Não vem colidir com o existente Conselho de Sintra?

N [exaltado] - Colidir? Colidir? Mas você não lê os regulamentos? Está tudo claro! O Conselho da Nobreza faz nomeações a pedido do monarca, e o Conselho de Sintra faz momeações após consular o monarca, por fim a Corte dos Nobres pede parecer ao monarca para indicar ao Conselho de Sintra uma opinião que depois passe pelo Conselho da Nobreza. Esta pode ainda sugerir revogações se tal for vontade do monarca, que as comunicará à Corte dos Nobres, que por sua vez a pedido do seu Presidente pedirá avaliação ao Conselho de Sintra, cujo Presidente, após consultar a Heráldica, avaliará. O Conselho de Sintra decide ainda na questão dos títulos, se tal for vontade do monarca, após ouvir a Corte dos Nobres a qual votará propostas a ser discutidas posteriomente no Conselho de Nobreza, a menos que sejam vetadas pelo monarca, altura em a Corte dos Nobres revogará uma decisão do Conselho de Sintra o qual em conjugação com o Conselho de Nobreza emitirá um parecer que o monarca enviará ao Presidente da Corte dos Nobres. É bastante simples.

E - Sim, agora que traduz por miúdos?

N - Miúdos? Onde? Eu adopto! Mas não me interrompa que não acabei... Depois há as questões heráldicas, que estão sob a alçada da Heráldica Portuguesa a qual é autónoma, respondendo apenas ao Conselho de Sintra, à Corte dos Nobres, ao Conselho da Nobreza e ao monarca. Quando o desacordo for total, usa-se o sistema de moeda ao ar. Moeda não, um escudo mesmo, que nem moedas temos.

E - Não seria mais simples Vossa Majestade não procurar ter todos esses poderes?

N - Ai que você me começa a parecer um rebelde. Amanhã mando aqui o Psycorps e fazemos deste jornal vila franca.

E - É por atitudes dessas que os seus críticos dizem que Vossa Majestade fala como se tivesse o rei na barriga.

N - Olhe, isso é uma grande incoerência. Rei sou eu, e rei na barriga, só se fosse a minha mãezinha, mas eu nunca a conheci.

E - É de facto um mistério esse da sua ascendência, pois parece que ascende de um outro Nortadas, que alguns dizem ser a mesma pessoa.

N - Claro! Eu sou aquele que é, que sempre foi e será. Gerado e não criado. Sempre existi e existirei.

E - Isto é, nasceu de mãe incógnita, e não acredita em sexo?

N - Oh homem, acha que se eu acreditasse em sexo, precisava de andar a adoptar as crianças dos outros?

[O guarda Antunes, chega ao local da entrevista com um ramo de flores que entrega a Nortadas]

E - Afinal, mesmo sem acreditar nessas coisas, parece ter admiradoras que ainda lhe enviam flores.

N [após ler o cartão] - Não! São flores do John_of_portugal, em mais uma tentativa para ser Marquês. O homem não desiste. Já se ofereceu para me beijar os pés, para me empoar a peruca, e para dar miminhos ao meu cão - muito gosta ele dos miminhos do meu Syl.

E - Então vossa Majestade é incorruptível, e não deixa que subornos comprem a sua influência?

N - Na verdade ele ainda não fez foi o que eu pedi. Se o fizer passa logo a Marquês.

E - E o que é isso?

N - Simples! Basta deixar-me adoptar a filha dele. Como eu gosto da Anne... crianças, crianças... adoro adoptar crianças! Adoro!

E - E quanto à famigerada constituição cujo último livro ainda não foi aprovado?

N - Bom, a Constituição foi escrita de modo a garantir que eu governaria com todos os poderes a que tenho direito. A partir do momento em que ninguém mais se me opôs, para que precisamos dela? Afinal um bom governador não necessita de papéis. Acha que Jah tem uma constituição a dar-lhe poder no céu? Use o bom senso homem! Eu nunca gostei de papeladas.

E - Não?

N - De papéis não. Gosto mais de decretos, éditos, regimentos, regulamentos, princípios, estatutos, leis, ordenações, capitulares, cartas, actas, deliberações, certificados, declarações, disposições, diplomas, contratos, tratados, procurações, apólices, acordos, regras, facturas, legislações, proclamações, mandatos, títulos, normas, guias, propostas, mandamentos, ordens, requerimentos, recibos, epístolas, autorizações, providências, concordatas, certidões, atestados, pareceres, promulgações, missivas. Mas de papéis gosto pouco.

E - Quer dizer-nos qual foi o momento mais difícil do seu reinado?

N - Um dia passei por Viseu e vi o Biagio. Vomitei logo. Foi um momento difícil. Fiz logo daquilo vila franca!

E - E para terminar, que mensagem quer deixar aos portugueses para o futuro.

N - A quem?

E - Aos portugueses, o seu povo, os habitantes deste reino!

N - Ah esses! Desculpe, para mim são todos ou mineiros ou rebeldes, tinha-me esquecido desse nome. Ora bem, digo-lhes: "Mal eu morra, procurem logo alguém muito muito parecido comigo. Será de certeza um senhor inteligente, carismático, com conhecimentos de tudo. Façam sempre o que ele manda, e verão que eu... perdão, que ele, vos guiará como um messias. Não pensem em política, vocês não percebem nada disso. Sigam esse senhor, sim?

[Um cheiro nauseabundo invade a redacção, e ouve-se outro jornalista, que olha desolado a sola do sapato coberta de uma matéria pegajosa castanha]

Outro Jornalista - Quem trouxe o raio do cão? Está a cagar isto tudo.

N - Queiram desculpar! Quando ele sente que eu estou a ser atacado, fica nervoso e não se controla. Anda cá Syl, só fazes porcaria, e depois eu é que tenho que limpar não é? Raios parta o cão, já não te dou o báculo de bispo para brincares!

[Nesse momento ouve-se uma voz fantasmagórica, e um vulto envolto num manto negro avança pela redacção.]

Fantasma - Uhuhuhuhuhuhuhuh!

E - Oh meu Jah que a nossa redacção continua assombrada. Será o fantasma da Milena?

F - Não, meu grande parvo, não vês que eu sou a morte? Venho buscar o Nortadas! Nortadas Chegou a tua hora, trago aqui o documento final que põe fim à tua vida. Vem comigo sem resistência!

N - Ora vejamos, o documento não está segundo a constituição, e a senhora morte nunca foi reconhecida como órgão de soberania nacional. E pior, onde estão selos certos aprovados pela Heráldica? Queira desculpar, mas a senhora morte é uma fraude. Se continuar com as ameaças mando-lhe o Psycorps e ele faz da morte vila franca. Ai faz, faz!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Quer mais umas explicações?

Cinco meses sem entrevistas e o reino quase colapsou, pelo que fomos obrigados a voltar, para baixar a dívida do mau humor, e subir o saldo da boa disposição. Neste período apenas temos um lamento. Deixámos o ex-Conde Martimen morrer sem ser entrevistado. Foi muito cruel da nossa parte e pedimos desculpa a todos os nossos leitores. Mas não choremos sobre machados perdidos, quando há sempre tanta desgraça nova de que rir.

Foi com esse objectivo que tentámos entrevistar o Conde do Porto, o exímio coleccionador de cargos e títulos, Vitor Pio de Monforte e Monte Cristo. Nem tudo correu como queríamos, mas aqui fica a entrevista possível, conseguida com grande coragem e o risco da fertilidade do nosso entrevistador..



Entrevistador - Temos a honra de ter connosco Dom Vitor Pio de Monforte e Monte Cristo, actual Conde do Porto.

Sccm - Muito obrigada pelo convite, estou muito feliz de poder vir aqui dizer toda a verdade como só eu a sei dizer.

E - Mas, cara Marquesa, o convite foi feito ao Conde Vitor.

S - Eu sei, só quero que saiba que eu estou aqui. Ouviu? Eu estou aqui, a ouvir tudo. Pronto, agora que já sabe faça lá a sua entrevistinha. Mas eu estou aqui, percebeu? Mesmo aqui ao lado.

E (aparvalhado) - Isto é inédito, mas tudo bem, comecemos a entrevista. Conde Vitor...

V - Gostaria de começar por afirmar, não sem demérito para a introdução que Vossa Excelência tenha o obséquio de nos proporcionar, que é em todo o conjunto da verdade uma honra podermos conferir uma interlocução a esta prestigiada instituição do meio jornalístico do Reino de Portugal.

E - Ora Dom Vitor, obri...

V - AINDA NÃO TERMINEI... do Reino de Portugal e dos Algarves de aquém e além mar, esta majestosa pátria por vezes, porventura por ignorância ou perniciosidade tão mal tratada, mas ainda assim portadora da quintessência da maravilha de Jah todo o poderoso que nos guia com lampejos da sua imensa sabedoria e diria mesmo bondade universal, providenciando-nos um reino no qual deveremos, no mínimo, e sem vergonha de qualquer ordem, ter orgulho de ter vindo ao mundo...

E (esperando) - ...

V - Agora sim já terminei.

E - Ah desculpe, nem reparava. Iniciemos então. Que tem a dizer do facto de parte do Condado do Porto contestar a actuação da sua juiza.

V - Caro entrevistador, tenho a dizer que a contestação, como forma filosófica de confrontar um problema, o qual por si só levanta conceitos de natureza diversa, quantas vezes escapando ao mais perspicaz analista, que ainda assim, em virtude da sua preserverança, tente dedicar-lhe o esforço de compreensão, e, porque não dizê-lo, de dissecação de índole científica...

Sccm - Cala-te Vitor que a essa respondo eu. O que é que você quer dizer com contestar? Quem contesta o quê? Quem quiser contestar alguma coisa faça-o no lugar de direito.

E - E que lugar é esse?

S - O MEU tribunal! Uma casa da liberdade, onde todos são julgados sem distinção, pois são todos igualmente culpados. E depois veremos se ficam com vontade de contestar mais alguma coisa.

E - Mas isso não é uma política do medo? Um abuso da força do mais forte.

V - Vejamos o que é o medo. Como expressão emocional do mais profundo que a alma humana é capaz de produzir...

S - Cala-te Vitor! O abuso da força do mais forte? Diga-me uma coisa senhor jornalista. Aqui entre nós dois, quem é o mais forte? O senhor ou eu?

E (perplexo) - Mais forte? Como assim? Fisicamente?

S - Sim, o mais forte fisicamente. Quem é?

E (com um sorriso) - Bom cara Marquesa, não desfazendo, eu até sou alto e musculado, que levanto sacos de milho todos os dias na quinta do meu avô. Estou em boa forma, por isso devo ser eu.

(Sccm dá uma sonora estalada no Entrevistador)

E - Ai, o que foi isso?...

(Sccm dá uma segunda e ainda mais sonora estalada no Entrevistador)

E (gritando) - Aiiiii! Marquesa isso é um abuso!

S - Mas se você é que é o mais forte, isto não pode ser um abuso do mais forte, pois não?

E (em desespero e agarrado à cara) - Não, não! Não é abuso do mais forte, pode parar, percebi perfeitamente.

S - Então acha que o que fiz àquele matulão do prefeito do Porto é abuso do mais forte? (pergunta levantando a mão)

E - Não senhora marquesa, de maneira nenhuma!

S - Veja só o nome "Marcacao", ainda se fosse Marcaquinho.

E - Pois, tem razão.

S - Muito bem, continue lá a entrevista!

E (voltando-se para Vitor) - Caro Conde, ainda mais uma pergunta sobre este tema. Mesmo sem abuso, não é eticamente questionável que uma juiza julgue em causa própria?

V - Ora pergunta muito bem. A ética, esse conceito tão fugidio, mas de suma importância, sem desprimor para todos os outros nos quais se movimenta a alma humana, onde a moralidade é tratada como uma filosofia independente, mas tão essencial à compreensão de tudo aquilo que representamos como mais que um simples conjunto orgânico de carne e osso, e...

S - Cala-te Vitor! Causa própria? Oh homem levante-se lá da cadeira!

E (levantando-se) - Sim?

(Sccm dá um violento pontapé entre as pernas do entrevistador deixando-o a contorcer-se pelo chão agarrado ao seu aparelho reprodutor)

S - Então diga-me lá, homem, dói-lhe muito ou pouco?

E (gemendo) - Muuuuuitooooooo!

S - E quem é que sabe se dói muito, eu ou você?

E (ainda em dores) - Euuuuuuuuu!

E - Então se você tem o direito de julgar a sua dor, eu não posso julgar quando sou atacada?

E (já a começar a respirar) - Visto por esse lado...

S - Assim se provou que assumi o mais básico dos meus direitos, sendo eu até a parte mais fraca. E vê como gosto sempre de explicar tudo como deve ser?

E - Digamos que essas explicações são inesquecíveis.

S - Têm de ser, só assim meto as ideias na cabeça de conselheiros e condes. Depois de muitas, muitas explicações destas, deixam de ser cabeças duras.

E (já recuperado) - ... E passam a ter muita coisa mole. Passando agora aos factores económicos, como explica Vossa Excelência que a dívida do Porto tenha voltado a aumentar.

V - O que é dever? O que é um aumento? Temos de considerar... - (leva uma sapatada de Sccm) - A dívida? Deve-se às invasões que impedem o povo de trabalhar nas minas.

E (surpreendido, sussurra a Sccm) - Isso da sapatada resulta. Também posso tentar?

S - Oh homem, força! Um de cada lado para ele andar direito, que falta-me aqui a Biat. É que com tanto cargo, coitado, se não o endireitarmos perde-se.

E (para Vitor) - Mas Conde, de que invasões fala?

V - Desses perigosos agitadores Brunobrasil, Kalled, Matilde_vaz_pereira e outros que ao exigirem liberdade e justiça põem em causa tudo o que mais prezamos no Porto. E por prezar eu entendo um sentimento inerente ao ser humano que... - (leva uma sapatada do entrevistador) - obrigado.

E - De nada.

S - Percebeu, ou tenho de ser eu a explicar?

E (em pânico e de mãos ente as pernas) - Não precisa explicar senhora Marquesa, percebi tudo!

S - Sendo assim vou sair, que ainda tenho umas explicações a dar ao Nortadas sobre como quero o futuro Condado da Beira...

E (murmura entre dentes) - Espero que ele vá de armadura a essas explicações, ou morre sem descendência.

S - ... sempre quis ser primeira pessoa a meter um rei nos calabouços. Finalmente será possível. Porque não me lembrei disso com a outra?...

E - Por quem sois Marquesa, esteja à vontade de sair.

S - Depois mande-me o conde a casa se faz favor. Olhe que fica à sua responsabilidade, ouviu? Faz-nos muita falta. Não o deixe ir ao ERP, Parlamento ou Chancelaria, senão começa a mexer em papéis e chega a casa tarde e com as mãos sujas, com o jantar já frio. Depois lá vou ter que ir ajudar a Biat a pô-lo no lugar. Se ele der trabalho dê-lhe um biscoito. Queres um biscoito Vitor?

V - Eu...

S - Cala-te Vitor! (Sccm sai pela janela voando numa vassoura)

E (respirando de alívio e vendo Vitor fazer o mesmo) - Pois caro Conde, parece uma paz quando a Bruxa Má do Norte... perdão, a Marquesa, não está numa reunião.

V - A quem o diz. Lá no Conselho, dia sem a Marquesa é dia em que nos juntamos a cantar alegremente as canções do Feiticeiro de Oz. Eu faço uma boa imitação do leão sem coragem. Temos espantalhos sem cérebro, robots sem coração, é muito divertido.

E - Voltando às invasões, aquelas de que se fala como podendo surgir de Castela. Que medidas têm sido tomadas para as evitar?

V (olhando em volta para confirmar que a Marquesa saiu mesmo) - Muito simples. Mandei colocar cartazes à saída de diversas povoações castelhanas: "Condado com Sccm a 5 dias"... "Condado com Sccm a 4 dias", etc. Muitos grupos de malfeitores ainda se aventuram durante algum tempo, mas a pressão psicológica dos cartazes é tal que acabam sempre por desistir.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sou Rei ou não sou Rei?


Antes que ele bata as botas de vez, o Entrevistas Fictícias lembrou-se de entrevistar Sua Majestade, Dom Mac de Monforte, Rei de Portugal. Como não podia deixar de ser, preparem-se para revelações chocantes, planos avassaladores e opiniões que não lembrariam a ninguém.

Curvem-se... ou não... perante as palavras régias de Mightymacky, o homem que nunca pensou no trabalho em que se ia meter quando num dia de ócio clicou num botãozinho novo.


Entrevistador - É com muita honra, que temos hoje connosco Sua Majestade Dom Mac de Monforte, Rei de Portugal, Baronete de Trovas e Poesias.

Mightymacky - E Duque de Bragança...

E - Desculpe, como?... Não tenho isso aqui nos meus papéis.

M - Diz Duque de Bragança, pá! Ou queres ficar de más relações comigo?

E - Por quem sois, Vossa Majestade, nunca ficaria de más relações convosco.

M - Então recomeça e diz que sou Duque de Bragança!

E - Sim Vossa Majestade... É com muita honra, que temos hoje connosco Sua Majestade Dom Mac de Monforte, Rei de Portugal, Duque de Bragança e Baronete de Trovas e Poesias.

M - ... e hereditário.

E [perplexo] - Como?

M - Diz que o título é hereditário!

E - Mas Majestade, eu não percebo nada dessas coisas da heráldica.

M - Ai estás de más relações estás!

E - Não Vossa Majestade, juro-vos que não estou.

M - Está bem, mas espera aí. Tu não estás de más relações comigo, mas se calhar eu estou de más relações contigo. Deixa ver, ando sempre com uma lista com as minhas más relações. Espera aí enquanto leio.

[Pausa enquanto Mightymacky lê uma enorme lista, balbuciando nomes de modo inaudível, entre os quais às vezes se percebe uma palavra ou outra.]

M - ... Abraz ... Alegnasea ... Araj ... Chrisya ... Credível ... Heráldica ... Rhyannon ... Tugas ... Vega_adc ... Yochanan ...

E - Não pude deixar de ouvir alguns nomes que me surpreenderam, como por exemplo o Marquês Vega de Camões.

M - Ah, isso deve ser coisa do meu Camareiro-mor, o 1000faces, eu peço-lhe para organizar a lista alfabeticamente e ele às vezes acrescenta uns nomes.

E - E o Conde Abraz?

M - Esse deve ser coisa do meu Conselheiro para os Negocios Estrangeiros, o Conde Nortadas, nenhuma lista pode ser aprovada sem o selo dele, e às vezes também acrescenta uns nomes.

E - E Alegnasea?

M - Ah, esse deve ser coisa da minha esposa, SAR Ellinha. Mal do homem que não deixa a esposa mexer na sua lista negra.

E - Mas não deixa gente a mais colocar nomes nessa lista?

M - Ó homem, eu deixo quem eu quiser! Quem manda aqui? Sou Rei ou não sou Rei?

E - Sois Rei, pois claro!

M - Então está calado e não faças perguntas parvas! Estás com sorte que o teu nome não está na lista. Mas deve ser por pouco tempo. Já há dois dias que não estou de más relações com ninguém novo.

E - Mas não teme que, com tantas más relações, o seu papel de moderador e equilíbrio do reino seja dificultado?

M - Modera... quê? Então não percebes que isto só lá vai à marretada?

E - É que esperava um papel mais diplomático...

M - E eu esperava súbditos inteligentes! Eu explico-te, pá. Eu sou o Rei, logo, eu é que mando. Mando todos portar-se bem, serem meus amigos, etc. Vês isso acontecer?

E - Mmmmm, na verdade não.

M - Então é porque são traidores à vontade do Rei!

E - Ou pessoas com vontade própria...

M - Estamos mal, vais estar de más relações comigo vais. Ajudaste a escrever os Princípios da Heráldica? Não! Escreves a Constituição? Não! Estás na minha guarda pessoal? Não! Mataste algum pirata italiano ou francês? Não! Apareces ao menos a aplaudir os meus teatros? Não! És uma força de bloqueio à prosperidade do reino! Tenho a certeza de que nem vais às minas...

E [amedrontado] - Mas Vossa Majestade, sou um simples jornalista, tenho mãozinhas delicadas e só sei fazer perguntas. Continuando, quer-nos explicar quais são as funções do seu Conselho Real?

M - O Conselho Real é a lista de todas as pessoas que nunca puseram em causa o facto de eu ser Rei. Agora falta só arranjar-lhes uma função. Como são onze pessoas, talvez ainda formemos uma equipa de Soule.

E - Dom Mac de Monforte tornou-se conhecido no reino pelas suas poesias e teatros, não sente falta disso?

M - Não. Os palcos mudaram, mas agora tenho mais palhaços, bobos e jograis com quem falar todos os dias. Ainda há tempos tentei ensinar uns malabarismos lá na Corte dos Nobres, mas foi complicado, há lá muita gente que mal se mexe, alguns que já nem se curvam, outros que mal se endireitam.

E - Dados os seus conhecimentos internacionais, o que acha que Portugal pode, hoje em dia, exportar para o estrangeiro.

M - Nobres! Temos um superávite, um mercado tão sobrecarregado que andam sempre a atropelar-se nos corredores e praças. É triste, mas não é culpa deles, coitados. Eram bem trocados, um marquês por uns barris de whisky ou vinho francês, um visconde por uma tapeçaria, e acho que alguns barões até valiam um presunto ou dois. Também estatutos, temos neste momento mais estatutos que cidadãos. Proponho a venda de estatutos, com um câmbio de conjuntos de 20 artigos por cada cidadão importado. E cidadãos com estudos valeriam um bónus de artigos com muitas alíneas. Teríamos um logo aumento populacional de uns 2000 cidadãos.

E - E que projectos sugere para que o Reino se una mais e cresça?

M - Como nação guerreira que somos, penso que o futuro do reino está na conquista de novos mundos.

E - E não estamos muito depauperados para tais investimentos?

M - Ó homem, não acreditas na capacidade de improviso portuguesa? És mais um que não gosta dos meus planos, és? Mas sou Rei ou não sou Rei?

E - Sim Majestade, mas é que...

M - Já ouviste falar da "guerra de paciência". É só mandar o Nortadas, o 1000faces, a Liadan, o Psycorps, o Martimen, o Nefestus e a Sccm bombardearem um fórum com discursos, e não há exército inimigo que resista! E fica-nos barato.

E - Não é mal pensado, mas são pessoas muito ocupadas, estariam disponíveis?

M - Iam só dois de cada vez, mais que isso é contra a convenção de Genebra. E iam só como segunda carga. Primeiro mandava uma vanguarda de gente dispensável, que não mata mas mói, tipo o BartolomeuIII, o Napoleao_bonaparte, o Juva, o Biagio ou o Leomion. A tropa inimiga fica logo meio aparvalhada. E depois sim atacava com armamento pesado. Há que saber usar os nossos recursos.

E - E que territórios vê como prioritários?

M - Se não fosse a minha doença eu mesmo comandava a invasão dos territórios mais hostis ao reino... como o Conselho de Sintra, a Corte dos Nobres, e vários Marquesados que há por aí a mais.

E - Falando da Vossa doença, o que pode nos dizer sobre isso?

M - Sofro de uma doença nova chamada "monarquite crónica". É incurável, transmitida pelo bichinho da coroa, que morde uma pessoa quando ela se torna rei. Aquela porcaria anda de cabeça em cabeça sem nunca ser lavada. Um nojo.

E - E que sintomas ela dá.

M - Dizem que cria alucinações, dá manias de grandeza, excessos de ego, e faz a pessoa pensar que manda no reino. Felizmente nunca fui afectado por nada isso.

E - Farei só uma última pergunta. Em jeito de balanço, como definiria o Vosso reinado?

M - Penso que contribuí para o sustentar dos valores fundamentais que definem o nosso reino. Refiro-me obviamente à maledicência, futilidade, vaidade, lavagem pública de roupa suja, brigas parvas e facadas nas costas. Não os criei, mas felizmente também não os destruí. Deixo por isso um reino que não envergonha a minha antecessora, nem compromete quem vier a seguir.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Entrevista certificada

E porque o público exigia (por público entenda-se a entrevistada), voltamos ao nosso formato incial, o das entrevistas puras e simples. Deliciem-se com as palavras sábias da Condess..., isto é da muy nob... bem, queremos dizer de Dam..., ou seja, da ilustre tecelã de Alcob... ou será ferreira de Coimbra? Bem, convosco, apanhada de bjeka na mão entre o tribunal e o pomar, Liadan D'Ayres.


Entrevistador - Começo por agradecer a disponibilidade de Dama Liadan d'Ayres, Condessa de...

Liadan - Olhe, se faz favor, não me chame Condessa que me põe tensa. Repito que não sou nobre.

E - Mas... pensava que... afinal não foi eleita Condessa de Coimbra?

L - Fui sim, e com muita honra, fui Condessa, mas não sou Condessa, é simples, não é?

E (coçando a cabeça confundido) - Não...

L - Pela Deusa! Será que tenho que lhe explicar como se você fosse o Psycorps? Para se ser Condessa é preciso ser-se eleita Condessa, e eu fui. Mas para se ser Condessa é preciso ter deixado de ser Condessa, e eu ainda era Condessa quando me declararam Condessa, ora é óbvio que uma Condessa não pode ser Condessa enquanto ainda é Condessa, logo... não sou Condessa. Por isso não sou nobre! Claríssimo.

E - ...

L - Ó homem, beba uma bjeka que isso passa. Se quiser mostro-lhe o meu certificado de que não sou nobre. Quer? Tenho um e tem selos e tudo!

E - Não, ora essa, por quem sois? Não é preciso mostrar nada.

L - Pois, que fique bem claro! Não sou nobre, e tenho um certificado de não nobreza a prová-lo. Se calhar você não tem nenhum. Não tem vergonha? Valha-lhe a Bjeka!

E - De facto... não tenho nenhum certificado a provar que não sou nobre, imagino que dê jeito ter um sempre à mão... deve ser um sucesso em reuniões no pomar... mas adiante. A sua administração ficou célebre por ser o período da história do reino em que mais acusações de alta traição se trocaram em tribunal. Quer contar-nos como tal aconteceu?

L - Na verdade é lamentável, pois não quero mal a ninguém. Sou amiga de todos, se excluírmos um ou dois, como Dom Dunpeal, Dama Amber, Dom Psycorps, Dama Gwenhwyfar, todo o PDP, metade dos habitantes da Guarda, o alto clero, e o Rei. Assim de repente não me lembro de mais ninguém. Ahhh, e os nobres. Já lhe disse que não gosto de nobres?

E - Já tinha entendido. No entanto vejo que se esqueceu nessa lista de uma figura importante.

L - Importante? Quem?

E - Refiro-me a Dom Nortadas, claro, com quem tem tido disputas titânicas, e que a acusou de ter desgraçado as minas de coimbra.

L - Mas importante? Quem?... O problema das minas não é a gestão, é que as pessoas estão todas ocupadas no tribunal. Nunca percebi porquê. Mas quem disser o contrário é processado por traição oficial.

E - E Dama Liadan...

L - Pelo pomar de Alcobaça! Não me chame Dama, sou apenas uma normal cidadã.

E - Sim cidadã Liadan, mas não pode negar que o Condado é influenciado politicamente pelas suas guerras com Dom Nortadas.

L - É? Não sei de nada. Tem certificado disso?

E - Não, mas certamente uma cidadã experiente como a senhora saberá tudo sobre as diversas facções políticas de Coimbra.

L - Na verdade não, eu de política não entendo nada, sou uma simples tecelã.

E - Queira-me desculpar, mas a senhora Liadan é mais que isso, todos sabem como move muitos interesses e ideias. Além disso é ferreira e não tecelã.

L - Pela lua, pela Deusa e por todos os espíritos do pomar de Alcobaça, isso é uma insinuação? Tenho de o levar a tribunal? Que há-de ser agora, uma desordem pública, ou uma fraude? Escolha! Já lhe disse: sou uma simples e humilde tecelã, mesmo sendo ferreira. Quer ver? Calha bem que até trouxe comigo o meu certificado de tecelagem simples e humilde!

E - Também tem certificado disso? Não obrigado, não é preciso. Mas como pessoa importante do extinto PL, pensei...

L - Pela Deusa! Nunca fui membro do PL! Concerteza o senhor está-me a confundir com aquela outra, de nome celta, Kristiana qualquer coisa. As pessoas confundem sempre. Não podia haver maior diferença. Ela era celta, eu sou aristotélica. Pela Deusa lho juro! Ela era Viscondessa eu não sou Condessa! Ela era wican, eu é mais cerveja. Poderia haver maior diferença.

E - Será por ter habitado a mesma casa, lido os escritos dela, e se dizer que com o seu vizinho promovem sessões espíritas no pomar a altas horas, para invocar o espírito da defunta Kris?

L - Quer um processo por alta traição? Quer? Só fiz isso umas cinco ou seis vezes. Se bem que às vezes me sinto possuída pelo espírito dela, principalmente em presença do demo... isto é, do Dunpeal.

E - Mmmmmm...

L - O que foi? Duvida do poder da Deusa? Quer um processo por heresia?

E - Não, não! Se são cerimónias nocturnas que incluem beber até não se poder mais, e sair a correr nua pelo pomar, não duvido nada que tenha sido possuída por alguma coisa... ou alguém. E por falar nesse alguém, há um nobre, no entanto, que Dama Liadan admira, refiro-me claro ao Conde Abraz.

L - Ao contrário do que está a insinuar não há nada entre mim e Dom Abraz, somos só vizinhos e nada mais, ouviu? Posso provar com este certificado de vizinhança e nada mais. Acho que o senhor precisa é de um processo por difamação.

E - Não precisa provar nada. Eu não insinuei coisa nenhuma.

L - No entanto é claro muita coisa nos une. Como o nosso amor por Alcobaça...

E - Entendo. Por isso mudaram ambos para Coimbra.

L - Mudámos mas seremos sempre alcobacenses de coração e nunca conimbricenses. Quer ver o meu certificado de não ser conimbricense, mas sim alcobacense? Tenho aqui um! Quer ver?

Téchete de cunhessimentus

Voltando a Heráldica Portuguesa a estar sob fogo cruzado, com os membros do Conselho de Sintra a ser acusados de impreparação e desrespeito pelas regras que juram, o Entrevistas Fictícias pode provar a falsidade da acusação. De facto os membros do Conselho de Sintra passam por um apurado teste de conhecimentos antes de serem seleccionados. É esse teste que temos o privilégio de vos apresentar em exclusivo:

______________________________________________________

Teste de conhecimentos da Heráldica Portuguesa

Identifique a opção correcta em cada uma das perguntas seguintes (nota: é sempre a primeira)

1. Quais dos seguintes são elementos constituintes de um brasão?
A) Escudo; Paquife; Virol.
B) Escudo; Cruzado; Libra.
C) Escudo; Bastão; Capa.

2. Um esmalte é:
A) Uma cor usada nos escudos.
B) Um habitante da ilha de Esmalta.
C) Uma bebida quente.

3. Indique quais dos seguintes são títulos nobiliárquicos!
A) Conde, Duque, Marquês.
B) Sapateiro, Barqueiro, Almocreve.
C) Hipócrita; Mentiroso; Corrupto.

4. Diga qual das seguintes é uma forma válida de nomear um cidadão a um título.
A) Por indicação de um conde cessante.
B) Pelo número de zurros do burro do meu vizinho.
C) A primeira pessoa a quem o pedinte da praça pede esmola.

5. Qual das seguintes é uma forma de escudo?
A) Forma oval.
B) Forma esbelta.
C) Sempre em forma.

6. Indique a peça de um escudo!
A) Banda.
B) Orquestra.
C) Solista.

7. Qual das seguintes é condição necessária para se ser família nobre?
A) Ter condes na família.
B) Ter croquetes na mesa.
C) Ter primos casados com primas e avós casadas com netos.

8. Quando se analisa uma proposta de título deve-se:
A) Ler o curriculum do candidato e avaliar os seus méritos.
B) Perguntar a resposta ao padre em confissão.
C) Copiar a resposta do colega do lado.

9. Um nobre deve:
A) Ser humilde, trabalhador, e colocar o bem do reino acima do seu.
B) Ser arrogante, violento, e ter um cavalo que cheire mal.
C) Ter dificuldade em curvar-se e gostar de roupas efeminadas.

10. Quem pode receber um título nobiliárquico?
A) Um cidadão de méritos comprovados.
B) Um amigo íntimo de um Conde cessante.
C) Uma pessoa com muitos favores para trocar.
______________________________________________________


Temos o prazer de garantir que todos os membros do Conselho de Sintra tiveram pelo menos uma resposta certa. Referimo-nos à Nr. 10, cujas opções eram todas aceites como correctas. Candidatos com mais de 3 respostas certas foram excluídos por óbvio excesso de qualificações.

Avanti Piratini!


O Entrevistas Fictícias, sempre na vanguarda da informação fictícia, regressa com a sua primeira reportagem internacional. Para mostrarmos que vos tratamos ainda com mais amor e tolerância que a Marquesa Chrisya trata os disparates do esposo, oferecemo-vos, em exclusivo, uma reportagem dos bastidores da recente invasão de piratas italianos a Portugal, liderada pelo temível Margab.

Leia, e descubra toda a verdade sobre o que fez querer penetrar neste pobre rectângulo à beira-mar plantado um bando de italianos completamente desconhecidos... ou talvez nem tanto.

[A tradução foi feita usando o serviço Google - Grupo de Operadores Obcecados pelo Gosto por Línguas Estrangeiras]


Margab - Só para acertar ideias, ainda se lembram todos do motivo da nossa invasão?

Abrazini - Para limparmos o sebo ao nosso terrível inimigo Dom Nortadini?

Margab - Quem?...

Pardalamarelini - E para finalmente darmos uma coça a Dama Sccmini?

Margab - O quê? Vocês estão loucos? Quem são esses?

Omadini - Capo, ignora-os, a ideia é acabarmos com os traidores da OCSini.

Xpeculatorfriendini - Que quer este? Ó palhacini, vai mas é lá para o teu reino dos Cloni!

Berlusconi - Mas não íamos para Marrocos atrás de miúdas de 17 anos?

Gianni Versace - Mas não é para ir vender umas malinhas ou sapatos de moda aos tugas?

Giorgio Armani - Ai credo, um morto a falar, vê lá se levas com a minha malinha de mão!

Omadini - Morto? Deve ser clone.

George Clooney - Cloone? Falas de mim?

Tugas_aquilini - E já que falaram em Tugas? A ideia não é destruirmos o Espartano? Eu não me curvo perante outra opção!

Jack Sparrow - Sorry mates, I'm in the wrong invasion!

Margab - Então invadimos primeiro o Porto?

Abrazini - Aveiro, a capital do mal!

Xpeculatorfriendini - Alcácer, terra dos Sapini!

Tugas_aquilini - Santarém e o seu porto maldito.

Cozinheiro - Il molho!

Marco Bellini - É la pasta, Marco Bellini é que sabe!

Margab - E a táctica?

Michael Corleone - Faremos uma proposta irrecusável.

Omadini - Clonizamos Portogallo inteiro.

Francesco Totti - Corremos tudo a pontapé

Dante Alighieri - Vamos fazer daquilo um inferno!

Bento XVI - Signori, não podemos tentar uma invasão pacífica?

Dunpealini - Olha um espião alemão, calem mas é o velho! Então a ideia não é assaltarmos Roma?

Margab - Mas e conhecimentos no terreno? Precisamos de espiões.

José Mourignini - Io parlo italiano, tácticas é comigo?

Alfonsini - Deves julgar-te especial, mas tenho lá mais jogadores que tu.

Margab - Companheiros, tive uma proposta do rei Mac Monfortini, ele diz que se atacarmos o Conselho de Sintra nos apoia.

Arajini - Isso é truque, capo. O Conselho de Sintra é onde reunem todos os portugueses. Se os deixarmos o em paz, o resto do reino será fácil de conquistar, nunca tem ninguém.

Margab - Tudo pronto então. Mussollini, prepara os fachos da vitória! Biaggi comandas a cavalaria! Ramazzotti vais à frente com os arautos. Cicciolina, prepara as manobras de diversão. Colombo, apronta os barcos? Vamo-nos a eles ao som do nosso temível coro pirata!

Todos (cantando) - Eu vi um sapo, um grande sapo, estava a papar, um bom jantar...